As aranhas, escorpiões e lacraias pertencem ao grupo dos animais peçonhentos, isto é, têm glândulas de veneno e ferrão para injetá-lo. Existem no Brasil milhares de espécies, mas a maioria desses animais não oferece perigo ao homem. As espécies abaixo podem provocar sintomas de envenenamento. Os acidentes podem ser fatais, principalmente em crianças.
O maior número de acidentes é provocado pela Aranha Armadeira, por ser agressiva e freqüente em residências. A Aranha Marrom é considerada a mais venenosa. As aranhas peçonhentas não fazem teias, exceto a Aranha Marrom, sua teia é irregular e semelhante a um chumaço de algodão. Teias bonitas, encontradas nos tetos das casas, não pertencem a aranhas peçonhentas.
Armadeira (Phoneutria) | Cor cinza ou castanho escuro, corpo e pernas com pêlos curtos. Atingem até 17 cm quando adultas, incluindo as pernas (corpo: 4 a 5 cm). Escondem-se em lugares escuros, vegetação, calçados, etc., de onde saem para caçar, em geral à noite. Por serem muito agressivas os acidentes são comuns, podendo ser graves para crianças menores de 7 anos. Uma dor intensa no local da picada é o sintoma predominante. Onde são encontradas? Não são agressivas, vivem em teias irregulares (parecidas com um lençol de algodão) que constroem em tijolos, telhas, barrancos, cantos de parede, etc . Os acidentes são raros, mas em geral graves. Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de uma ferida no local da picada. Como tratar? O tratamento, feito com soro ANTIARACNÍDICO OU ANTILOXOSCÉLICO. |
Aranha Marrom (Loxosceles) | Atingem de 3 a 4 cm incluindo as pernas (corpo: 1 a 2 cm). Não são agressivas, vivem em teias parecidas com um lençol de algodão que são construídas em tijolos, telhas, barrancos, cantos de parede, etc. Dentre as aranhas brasileiras, é a que possui o veneno mais tóxico. Os acidentes são raros, mas em geral graves. Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de uma ferida no local da picada. |
Viúva Negra (Latrodectus) | Cor preta, com manchas vermelhas no abdômem. Fêmea com 2,5 a 3 cm (corpo: 1 a 1,5 cm); macho 3 a 4 vezes menor. Vivem em teias que constroem sob vegetação rasteira, arbustos, barrancos, etc. São conhecidos apenas alguns acidentes no Brasil, de pequena e média gravidade e, por esse motivo, não é produzido soro contra as espécies brasileiras. |
Aranha de grama (Lycosa sp) | Cor acinzentada ou marrom, com pêlos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. Atinge até 5 cm de comprimento incluindo as pernas (corpo de 2 a 3 cm). Vivem em gramados e residências. Os acidentes são freqüentes, porém sem gravidade. Não há necessidade de tratamento com soro. |
Viuva Negra (Latrodectus sp) | Cor preta, com manchas vermelhas no abdômen. Fêmea com 2,5 a 3 cm (corpo de 1 a 1,5 cm); macho 3 a 4 vezes menor. Vive em teias que constrói sob vegetação rasteira, em arbustos, barrancos, etc. São conhecidos apenas alguns acidentes no Brasil, de pequena e média gravidade e por isso não é produzido soro contra as espécies brasileiras. |
Aranha Caranguejeira | Aranhas geralmente grandes, com pêlos compridos nas pernas e abdome. Embora muito temidas, os acidentes são raros e sem gravidade e por esse motivo não é produzido soro contra seu veneno. |
Aranha de teias (Nephila sp e outras) | As aranhas que fazem teias aéreas geométricas (circular, triangular, etc.) não oferecem perigo, mesmo as que atingem grandes dimensões. |
Lacraias | Possuem dois ferrões na parte debaixo da cabeça, com os quais podem inocular o seu veneno. Não se conhecem entretanto acidentes graves e não se faz soro antiveneno para tratamento da picada desses animais. |
CONTROLE E PREVENÇÃO
As seguintes medidas são eficazes para controle e prevenção de acidentes:
- Manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios, não acumulando entulho e lixo doméstico;
- Aparar a grama dos jardins e recolher as folhas caídas;
- Vedar soleiras de portas com saquinhos de areia ou friso de borracha, colocar telas nas janelas, vedar ralos de pia, tanque e de chão com tela ou válvula apropriada;
- Colocar o lixo em sacos plásticos, que devem ser mantidos fechados para evitar aparecimento de baratas, moscas e outros insetos, que são o alimento predileto de aranhas e escorpiões;
- Examinar roupas, calçados, toalhas e roupas de cama antes de usá-las;
- Andar sempre calçado e usar luvas de raspa de couro ao trabalhar com material de construção, lenha, etc.
INSETICIDAS
Para evitar aranhas e escorpiões, o uso periódico de inseticidas não é a melhor solução. Além do alto custo, a aplicação desses produtos tem efeito apenas temporário e pode provocar intoxicações em seres humanos e animais domésticos. O ideal é coletar as aranhas e escorpiões e remover o material acumulado onde estavam alojados, o que evitará a reinfestação.
PRIMEIROS SOCORROS
Nos acidentes por aranhas e escorpiões com dor intensa, práticas como espremer ou sugar o local da picada, tem demonstrando ser de pouca eficácia. O tratamento sintomático, à base de anestésicos e análgésicos, têm sido utilizado com resultados satisfatórios na maioria dos casos. Se o acidentado for criança menor de 7 anos, o procedimento mais indicado é vir ao Hospital do Instituto Butantan, que está sempre aberto
OBS. Capturar o animal que causou o acidente e trazê-lo junto com a pessoa picada, facilita o diagnóstico e o tratamento correto.
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